O objetivo deste estudo foi avaliar a imagem corporal (preocupação, insatisfação e distorção) e a presença de comportamentos de risco para transtornos alimentares em indivíduos autodesignados transexuais na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Cada participante preencheu um questionário contendo questões abertas e fechadas acerca da situação socioeconômica, demográfica, de saúde e de estilo de vida. Posteriormente, foram aplicados o Eating Attitudes Test (EAT-26), Questionário do Complexo de Adônis (QCA), a Escala de Figura de Silhuetas (EFS) e o Body Shape Questionaire (BSQ) e coletou-se medidas antropométricas seguindo o protocolo do Ministério da Saúde. A maioria dos participantes demonstrou preocupação com a imagem corporal (80%) e apresentou algum tipo de distorção da imagem corporal (91%), com insatisfação com a imagem corporal (81,9%) e desejo de ter um corpo menor que o atual (77,8%). O risco para transtornos alimentares esteve presente em 27,3% dos transexuais. A elevada proporção de participantes com problemas com a imagem corporal e comportamentos de risco para transtornos alimentares reforçam a necessidade de buscar estratégias para melhorar a qualidade de vida e os cuidados de saúde dessa população específica. Este é um grupo que requer grande atenção, uma vez que ainda existem poucas evidências sobre como abordar essa população na prática clínica.