INTERFACES DO FEMININO EM “A CARTOMANTE”, DE MACHADO DE ASSIS E A HORA DA ESTRELA, DE CLARICE LISPECTOR
Artigo
O presente artigo discute os perfis femininos das personagens d’“A Cartomante”, de Machado de Assis, e d’ A hora da estrela, de Clarice Lispector, atentando-se para as características de cada uma, além das ações desenvolvidas no decorrer da narrativa. Analisa a utilização do conto machadiano como um intertexto no romance clariciano publicado em 1977, focalizando a figura da cartomante e seus vaticínios. Estuda-se, outrossim, o caráter atemporal das duas obras supramencionadas e a numerosa quantidade de temáticas que podem ser exploradas sob diferentes perspectivas, além da literária. Enfim, aventam-se textos de dois grandes mestres apaixonados pelas palavras e que souberam esculpir universos que jamais serão esquecidos. Este estudo fundamenta-se nos trabalhos dos pesquisadores Alfredo Bosi (2002, 2006), Márcia Lígia Guidin (1996), Belkis Morgado (1987), Yudith Rosenbaum (2002), dentre outros significativos. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro e foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), que ajudara a fundar em 1897. Destacou-se principalmente no romance e no conto, embora tenha escrito ainda poesias, crônicas, peças de teatro e crítica literária. O conto “A Cartomante” foi publicado originalmente na Gazeta de Notícias de 28 de novembro de 1884 e, em livro, no volume Várias histórias (1895). A narrativa contemporânea A hora da estrela, retextualiza o conto de Machado de Assis. É de autoria de Clarice Lispector, escritora de renome internacional.