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TEMPOS HIPERMODERNOS E SOCIEDADES HIPERNEURÓTICAS: O VAZIO PERFORMÁTICO DO HOMEM CONTEMPORÂNEO

Tipo de Trabalho 

Artigo

Este artigo é um esboço reflexivo que visa conjugar a filosofia contemporânea de Gilles Lipovetsky com alguns fundamentos teóricos do repertorio psicanalítico. Paradoxalmente, na medida em que o homem alcança um potencial tecnológico inigualável na historia da humanidade, percebemos que um vazio existencial crônico o acompanha nesse percurso. Despojado dos alicerces subjetivos que a sociedade oferecia aos indivíduos por meio dos seus valores, crenças e representações, o sujeito contemporâneo vaga num labirinto inesgotável de possibilidades de prazer, porém, incapaz da completude, do alcance da saciedade dos seus desejos. Esse ser desejante sofre e se deleita aprisionado numa premissa inatingível do gozo, contudo, o máximo que experimenta é o descartável, o efêmero, o fugaz. Assim, entre buscas e anseios, quanto mais nos embrenhamos nesse emaranhado de novas demandas, mais distantes ficamos dos fundamentos que em outrora sustentavam o nosso modelo associativo. Pautado na perspectiva de Lipovetsky sobre a hipermodernidade, podemos ponderar que novas estruturas neuróticas também foram engendradas com tais transformações. Sem a pretensão de esgotar nada, contudo, de problematizar intelectivamente a questão, este artigo se apresenta.