Back to top

POVOS INDÍGENAS: MULTICULTURALISMO E RECONHECIMENTO

Tipo de Trabalho 

Artigo

Há longos anos, os povos indígenas são alvo de uma tentativa civilizatória, que resulta na opressão destes, via discriminação étnica, vivendo uma situação complexa e difícil, que se caracteriza por situações de pobreza e exclusão, onde o ethos cultural não é reconhecido e por consequência há a destruição da identidade cultural originária destes povos. Na sociedade contemporânea, com o processo de globalização em curso, onde se desencadeia a proeminência do desenvolvimento econômico sobre as demais dimensões da vida social, ao invés de trazer a lume um cenário de cooperação e diálogo entre os diferentes países, povos e culturas, ameaça constituir-se em um monólogo e imposição cultural, urgindo a necessidade de se reconhecer características próprias de cada espaço cultural. Nesse sentido, propõe-se refletir acerca das perspectivas das culturas indígenas que são fortemente desestruturadas pelo pensamento único que se impôs em todo o mundo, o qual, para legitimar-se, utiliza argumentos jurídicos e morais à defesa de certos valores universais. Estabeleceu-se uma imagem estereotipada dos povos indígenas, como se estes fossem um obstáculo para o desenvolvimento das nossas sociedades, de modo que ocorre uma tentativa de hegemonização cultural. Os conflitos sociais estão cada vez mais relacionados a questões de reconhecimento de diferenças que figuram em posição de destaque nas lutas pelo multiculturalismo, onde se busca promover o respeito universal pela humanidade compartilhada e estima de diferentes culturas em função de suas especificidades. Salienta-se que a política de reconhecimento que será abordada atua conjuntamente com as políticas de redistribuição, sem que uma substitua ou exclua a outra, a fim de estimular a interação entre diferenças e proteção a direitos humanos, do contrário, se estaria auxiliando as forças que promovem a desigualdade e opressão, ao invés do reconhecimento dos povos indígenas.