A adoção de políticas de ação afirmativa vem se mostrando como temática geradora de discussões e um dos aspectos centrais do debate atual sobre racismo no Brasil. Entre tais políticas destaca-se a reserva de vagas para negros nas universidades. O presente trabalho tem por objetivo investigar possíveis relações entre aspectos definidores da identidade social de uma amostra de 283 estudantes universitários e seu posicionamento em relação à política de cotas para negros nas universidades públicas. Evidenciou-se forte rejeição à política de cotas; 82,7% dos participantes foram completamente contrários, bem como apenas 3,2% da amostra considerou-se negro. Notou-se maior importância dada à cor de pele pelos estudantes que se posicionaram próximos ao polo dos negros, quando comparados àqueles que se posicionaram mais próximos ao polo dos brancos. Os estudantes negros afirmaram ter mais contato com pessoas negras quando comparados aos brancos, que apresentaram distanciamento maior, principalmente nos níveis familiar e interpessoal.