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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA DA PENITENCIÁRIA REGIONAL DOM ABEL ALONSO NÚÑEZ, BOM JESUS, PIAUÍ

Tipo de Trabalho 

Artigo

A Escola da Penitenciária Regional Dom Abel Alonso Núñez de Bom Jesus, localizada na cidade de Bom Jesus, Estado do Piauí, Brasil atualmente conta com 25 (vinte e cinco) detentos, os reeducandos freqüentam o Programa de Educação de Jovens e Adultos – EJA que funciona em três etapas: Primeira Etapa (1ª e 2ª Séries), Segunda Etapa (3ª e 4ª Séries) e Terceira Etapa (5ª e 6ª Séries).

As disciplinas ministradas todas são da Educação de Jovens e Adultos - EJA: Matemática, Geografia, História, Inglês, Português, Relações Humanas, Ensino Religioso, Artes (artesanato), sendo que as disciplinas de História e Geografia estão voltadas para a realidade local.

A disciplina Relações Humanas trabalha a parte social, a vida após a saída da Penitenciária, regras de comportamento e de convivência social.

A disciplina de português procura através do estimulo a leitura de livros, revistas e jornais despertar e incentivar o gosto pela leitura.

O horário das aulas da Escola da Penitenciária ocorre no turno da manhã entre as 08h00min e às 11h30min de segunda a sexta-feira.

Constatou-se pelos dados do Relatório do Sistema de Informações Penitenciário da Unidade de Prisional de Bom Jesus - INFOPEN (outubro de 2007) que dos 85 (oitenta e cinco) detentos recolhidos na Penitenciária Regional de Bom Jesus 46% dos detentos são alfabetizados, enquanto que 32% são analfabetos, 19% concluíram o ensino médio e somente 3% possuem o ensino superior incompleto.

Utilizou-se a técnica de enquête através de instrumento questionários aplicados aos 25 (vinte e cinco) detentos (reeducandos) que freqüentam a Escola da Penitenciária Regional de Bom Jesus, com os 04 (quatro) professores da escola e com o Gerente da Penitenciária.

 O resultado dos questionários aplicados com os reeducandos que freqüentam a Escola da Penitenciária demonstram que para 68% dos detentos consideram satisfatório e de qualidade o processo-ensino aprendizagem da Escola da Penitenciária de Bom Jesus, para 20% considera que deve ser melhorado o processo ensino-aprendizagem e uma pequena parcela 12% não soube opinar, pelas porcentagens obtidas pode-se afirmar que é cumprido o estandar esperado que é de 60% conforme o quadro de parâmetros de qualidade.

No critério processo ensino-aprendizagem voltado para a realidade do detento, para 48% dos detentos que freqüentam a Escola da Penitenciária Regional de Bom Jesus o processo ensino-aprendizagem é voltado para a realidade do detento, para 32% o processo ensino-aprendizagem não é voltado para a realidade do detento e 20% dos detentos que freqüentam a Escola não souberam opinar, pelas porcentagens acima descritas pode-se afirmar que não é cumprido o estandar esperado no quadro de parâmetros de qualidade que é de 60%.

 O critério carga horária foi avaliado e para 65% dos detentos que freqüentam a Escola da Penitenciária a carga horária é suficiente para ministrar todos os conteúdos ao longo do ano, para 25% dos detentos a carga horária é insuficiente para ministrar todos os conteúdos ao longo do ano e 10% não souberam responder ou não sabem avaliar, pelas porcentagens obtidas pode-se afirmar que é cumprido o estandar esperado no quadro de parâmetros de qualidade que é de 60%.

Questionado aos detentos o que poderia ser feito para melhorar o processo ensino-aprendizagem para 37% dos detentos que freqüentam a Escola da Penitenciária o que pode ser feito para melhorar o processo ensino-aprendizagem é a melhoria no relacionamento dos agentes penitenciários com os detentos reeducandos que freqüentam a escola, para 25% o ensino ministrado deve ser voltado para a realidade carcerária do detento, para 21% a escola deve ter melhores equipamentos e material didático, 13% entende que deve ser aumentada a carga horária para melhorar o processo ensino-aprendizagem e 4% não souberam responder.

Pela enquête realizada e com base nos questionários, gráficos, levantamentos e analise dos resultados ficou comprovado que o processo ensino-aprendizagem é de qualidade e satisfaz aos detentos (reeducandos), embora deva ocorrer uma busca incessante para que cada vez mais os conteúdos programáticos estejam de acordo com a realidade prisional dos detentos que freqüentam a escola.

A carga horária é suficiente, mas devido a problemas de gerenciamento dos deslocamentos dos detentos para a escola, falta de cumprimentos dos horários de funcionamento da escola, falta de comunicação e de boa vontade dos agentes penitenciários ocorre um prejuízo que reflete prejudicialmente na exposição dos conteúdos programáticos ao longo dos semestres e ano letivo.

Percebe-se pelos relatórios carcerários no arquivo da Unidade Prisional e junto as Coordenações e Gerência que os detentos que freqüentam a Escola têm um comportamento e uma conduta carcerária boa, são reeducandos mais calmos, não se envolvem em confusões, brigas ou agressões.

Levantamento feito junto a Coordenação Administrativa, Coordenação de Relações Humanas e junto aos professores se pode comprovar que devido às constantes entradas e saídas de detentos ocorre um prejuízo no andamento do processo ensino-aprendizagem da Escola da Penitenciária, quando o aluno vai se adaptando ao processo educacional chega o mandado de soltura e a continuidade do processo se interrompe.

O ensino é de qualidade e satisfaz os detentos, embora se constate a necessidade de cada vez mais se adaptar o processo ensino-aprendizagem a realidade prisional do detento fazendo com que o ensino da escola aborde o seu contexto e a sua realidade.

O processo ensino-aprendizagem e a carga horária comparados com as demais escolas do EJA da Rede Estadual de Ensino de Bom Jesus e com as demais escolas das Penitenciárias do Estado do Piauí são satisfatórios e de qualidade contribuindo para recuperar os detentos para a vida após a prisão.

A carga horária deve ser cumprida rigorosamente para que todos os conteúdos programáticos possam ser ministrados ao longo dos semestres e ao final do ano letivo. 

O processo ensino-aprendizagem pode ser melhorado através de parcerias com órgãos e instituições locais, implantação de projetos de humanização para melhorar o relacionamento dos agentes penitenciários com os detentos que freqüentam a escola da Penitenciária, capacitação dos professores para um ensino voltado para a realidade prisional e uma melhor interação entre todos que fazem a educação.

 Melhorar o relacionamento e o convívio entre os agentes penitenciários, detentos e professores com cursos de humanização e atividades recreativas e de interação.

A educação se constitui em um dos meios eficazes de recuperação e reinserção dos detentos na sociedade.