Back to top

UM GRITO NO ESCURO - A (IN)IMPUTABILIDADE DO PEDÓFILO PREFERENCIAL À LUZ DA PSIQUIATRIA FORENSE

Tipo de Trabalho 

Monografia

Os relatos históricos que retratam as práticas sexuais entre adultos e adolescentes, a pederastia, rememoram à Antiguidade Clássica, conduta essa considerada como salutar para a preparação dos jovens no convívio com a sociedade. Com o defluxo dos séculos, os atos que outrora conjugavam aspectos sexuais e cívicos passaram a ser eivados de característicos de aspecto predominantemente sexual, consistente na dominação das vítimas pela força dos algozes. Contemporaneamente, a pedofilia tornou-se, principalmente devido ao maciço aumento de denúncias envolvendo a prática de tal conduta, tema recorrente de discussão, causando em grande parte da sociedade sentimento de repulsa e indignação. Ocorre, entretanto, que apesar de ser ato que, devido ao fato de ter como vítimas crianças e adolescentes, causa comoção no local em que se materializa, faz-se necessário dispensar um exame mais acurado do tema, pautando-se em aspectos científicos, sobretudo os trazidos a lume pela medicina e pela psiquiatria. Tal premissa tem como ponto de estruturação o ideário que o pedófilo preferencial, indivíduo que tem preferência sexual por crianças e adolescentes, é portador de parafilia, considerada como um distúrbio sexual, necessitando de tratamento nosológico e terapêutico para tratar o distúrbio que o acomete. Assim, a fim de construir uma visão condizente com uma realidade existente, faz-se imprescindível traçar os aspectos diferenciadores do portador de pedofilia do indivíduo que, em decorrência de um conjunto de condições, perpetra violência e abuso sexual contra suas vítimas, o chamado pedófilo situacional ou pseudo-pedófilo.