Nesse texto pontuamos quatro aspectos: a Comunicação como disciplina indiciária, a midiatização no contexto indígena, a estruturação do estudo de caso e a empiria na apreensão dos observáveis - por esses corroborarem na reconfiguração da pesquisa “Culturas indígenas midiatizadas: os processos sociocomunicacionais em uma comunidade indígena baiana”. A referida pesquisa se configura como um estudo de caso em midiatização, esta como subcampo da Comunicação, em transversalidade com outras temáticas, tais como sociais, culturais, identitárias e étnicas, consequentemente com outras ciências, como Sociologia, Antropologia, Linguística, História e Artes. Assim, a análise dos usos e das apropriações da televisão, do rádio, da internet e de aparelhos celulares pelos indígenas Pataxós se dará a partir de uma dialética com seus contextos, seus engajamentos políticos e com suas práticas comunicacionais e culturais. Os estudos até então realizados têm apontado que o estudo de caso é de grande utilidade em pesquisas que demandam movimentos exploratórios. Contudo, como toda teoria e metodologia, o estudo de caso também apresenta avanços e limites na sua aplicação, o que nos conduz a inferir que a epistemologia apresentada não exclui as demais, uma vez que a busca de indícios não nos remete a fenômenos imediatamente evidentes, pois a base do paradigma não é colher e descrever indícios, mas sim, a capacidade de, a partir de dados aparentemente negligenciáveis, remontar uma realidade complexa não experimentada espontaneamente.