POTENCIALIZAÇÃO DA AÇÃO ANTICANCERIGENA DE DERMASEPTINAS INCORPORADAS EM NANOSSISTEMAS FARMACÊUTICOS: UMA REVISÃO
Artigo
A nanotecnologia farmacêutica é a área das ciências farmacêuticas envolvida com o desenvolvimento, caracterização e aplicação de sistemas farmacêuticos em escala micrométrica e nanométrica para controlar e direcionar a liberação de fármacos. Além de servirem como um sistema de entrega de fármacos, muitos demonstraram vantagens promissoras quando comparados com medicamentos convencionais, como aumentar a biodisponibilidade oral, superar a resistência a fármacos e ainda aumentar a adesão do paciente ao tratamento. Sistemas nanotecnológicos de carreamento bastante conhecidos, por exemplo, as vesículas lipossomais são vesículas formadas através da auto-organização de fosfolipídeos em água e que podem encapsular fármacos, peptídeos, alimentos entre outros. Lipossomas são frequentemente utilizados como carreadores de fármacos antineoplásicos, como uma maneira de superar as limitações da terapia anticâncer convencional. As nanopartículas são sistemas nanovesiculares que variam de 1 a 100nm com núcleo onde o fármaco líquido, sólido ou semi-solido é confinado rodeado por uma membrana de polímero. Essa estrutura pode ser hidrofílica ou lipofílica dependendo dos compostos e método empregado. Outros sistemas nanoestruturados são utilizados para sistemas de carreamento ou incorporação de fármacos. Substâncias citotóxicas e fármacos antineoplásicos exibem um potencial de genotoxicidade, como por exemplo, efeitos mutagênicos e danos cromossômicos, neste contexto, peptídeos antimicrobianos anfipáticos secretados por uma ampla gama de organismos superiores, como rãs, possuem uma atividade citotóxica contra microorganismos, como bactérias e fungos, e são um importante componente da imunidade inata desses animais. Como as membranas celulares de microorganismos apresentam características estruturais semelhantes às de células cancerosas, esses peptídeos exibem uma potencial atividade antitumoral. Rãs da espécie Phyllomedusa hypochodrialis secretam em suas células cutâneas peptídeos, as dermaseptinas (DS), estudos preliminares com as DS demonstraram citotoxicidade seletiva para microorganismos e em especial a dermaseptina 01 (DS01), e que também mostrou ausência de toxicidade para hemácias e glóbulos brancos de mamíferos. Dessa forma, algumas DS podem exibir uma atividade citotóxica seletiva para células cancerosas, e ainda serem protegidos pela incorporação em nanocarreadores farmacêuticos e protegidos contra a inativação enzimática sanguínea, à qual peptídeos são naturalmente suscetíveis.