O presente artigo tem como objetivo descrever a produção do espaço de resistência camponesa no assentamento da reforma agrária denominada de Vanessa, no município de Corumbiara, Estado de Rondônia, território onde foram assentados os camponeses sobreviventes do trágico evento conhecido como “Massacre de Corumbiara” no ano de 1995. Na Amazônia brasileira, os camponeses, mesmo representando um fragmento significativo da produção de vários gêneros alimentícios no Estado de Rondônia, historicamente, enfrentam o descaso do poder público e defrontam-se com os impactos da expansão do agronegócio e sua elite agrária. Deste modo, descreve-se aqui como a produção de leite pelos campesinos se tornou um elemento de resistência e pertencimento na terra conquistada. A metodologia segue a linha quantitativa apresentando dados em números e qualitativa através de análise de questionários aplicados, sendo empregado a método pesquisa direta. Os sujeitos da pesquisa são os campesinos residentes no Assentamento Vanessa. De acordo com a pesquisa, mesmo com os conflitos produzidos pelo processo de expansão do agronegócio, resultando no esvaziamento territorial no Assentamento Vanessa, pode-se inferir que aproximadamente 80% dos assentados que criam gados leiteiros desejam permanecer em seu território, pois, não consideram somente um espaço de produção econômica, mas de pertencimento, de vida e reprodução social.